File Poa 2008

Tive a honra de participar um dia desse evento interagindo diretamente com os equipamentos...
...algo realmente incrível do ponto de vista técnico, e modificador do ponto de vista humano...
-Só quem participou sabe a experiência...



FILE POA - FESTIVAL INTERNACIONAL DE LINGUAGEM ELETRÔNICA
Evento #: 4992

Publicado em: 14/02/2008 09:30:25
Evento: Santander Cultural abre temporada de artes visuais com o FILE 2008, apresentando a evolução da arte eletrônica e digital dos últimos anos

* Festival Internacional de Linguagem Eletrônica – FILE 2008 é realizado e patrocinado pelo Santander Cultural e pelo Oi Futuro, em Porto Alegre, a partir do dia 20.
* Mostra sobre a evolução da arte eletrônica mundial terá artistas de mais de 20 países e projetos interativos com o público, refletindo o conceito de conexão entre as cidades, a arte e o público

Abrindo a temporada de artes visuais de 2008, o Santander Cultural realiza e patrocina o Festival Internacional de Linguagem Eletrônica – FILE 2008 em Porto Alegre, de 20 de fevereiro a 20 de abril, e no Rio de Janeiro, de 27 de fevereiro a 30 de março, numa parceria inédita com o Oi Futuro.
Iniciativa brasileira conectada à rede das importantes produções mundiais do gênero, o festival busca promover e estimular as expressões estéticas produzidas no cenário da cultura eletrônica e digital.

O FILE é o maior festival de arte e tecnologia do Brasil e da América Latina. Este ano apresenta o projeto “Se Liga”. O termo convida o público a conectar-se às cidades onde o festival ocorre, às instituições envolvidas, ao mundo virtual, à rede, à arte eletrônica, à arte do século XXI e por aí afora.

Pela primeira vez, desde a criação do festival em 2000, serão realizadas mostras simultâneas em duas cidades - o FILE POA e o FILE RIO -, com obras que retratam a evolução da arte eletrônica nos últimos oito anos e que poderão ser vistas e vivenciadas, pela interatividade, pelos públicos das duas capitais. Também pela primeira vez, o festival ocorre no Sul do País.

Ao todo, 220 obras serão apresentadas no Santander Cultural, abrangendo webart, netart, vida artificial, hipertexto, animação computadorizada, realidade virtual, software art, além de games, filmes interativos, e-videos, panoramas digitais (fotos 360 graus) e instalações de arte eletrônica. A mostra de Porto Alegre envolve 56 artistas de 21 países, como Bélgica, Venezuela, Argentina, França, Estados Unidos, Áustria, Reino Unido, Itália, Canadá, Eslováquia, Turquia, Alemanha, República Tcheca, Espanha, Portugal, Austrália, Dinamarca, México, Estônia, Coréia do Sul e Brasil.

Como agente cultural integrador e inovador, o Santander Cultural está sempre atento à excelência da arte digital. “Foi pensando nisto que abriremos a nossa temporada de artes visuais este ano realizando uma mostra do FILE pela primeira vez em Porto Alegre”, ressalta Liliana Magalhães, superintendente do Santander Cultural. “Estamos sempre atentos a inovação da arte nas novas mídias; já realizamos projetos relevantes como a mostra Hiper Relações Eletrodigitais, em 2004, e outros que hoje estão em franca expansão, como o Telecentro, um centro de inclusão digital, em parceria com a Prefeitura de Porto Alegre”.

Destaques do FILE 2008
Entre as centenas de obras que serão apresentadas no festival, vale destacar as inéditas e os trabalhos apresentados simultaneamente em Porto Alegre e no Rio de Janeiro, “ligados” pela Internet.

Obras inéditas
* Cícero Silva e Marcos Khoriati (Brasil) - O projeto “GPSarte” propõe transformar as representações das cidades por meio da intervenção criativa dos visitantes da mostra nos mapas digitais (do Google Maps) de Porto Alegre e do Rio de Janeiro. O visitante instala em seu celular o software especial desenvolvido pelos artistas, que captura o sinal de até 12 satélites ao mesmo tempo e rastreia a posição da pessoa. Cada passo gera um traço no mapa da cidade. Portanto, seu trajeto formará imagens sobre os mapas, transformando o visitante num “artista digital”. As imagens ou rotas criadas poderão ser pintadas pelos próprios visitantes no computador, por meio de cadastro no site dos artistas, e poderão ser exibidas nas mostras das duas cidades.

Cícero Silva é professor e pesquisador de mídias e arte digital. Fundou, junto com Marcos Khoriati, o site GPSface. Atualmente é pesquisador no Center for Research in Computing and the Arts na Universidade da Califórnia em San Diego (CRCA/UCSD) na área de mobilidade e interatividade. É mestre e doutor em Comunicação e Semiótica e foi Visiting Scholar na UCSD (2007) e na Brown University (2005). Marcos Khoriati é analista de sistemas e pesquisador na área de TI. Atua na área de tecnologia há mais de 15 anos. Já desenvolveu sistemas interativos para celulares para empresas como a Nokia, entre outras.

* Yacine Sebti (Bélgica) - "Jump!" é uma instalação que convida o visitante a estabelecer um diálogo com sua própria imagem, de uma forma lúdica. Para participar, ele deve seguir algumas regras do jogo. A primeira é "Pule para ser gravado". Ao entrar na instalação, o visitante encontra sua imagem espelhada sobre a imagem de uma multidão de pessoas que pulam todas juntas. A partir daí, ele poderá interferir nesta imagem: enquanto pula, ele lentamente desloca os pulos dos visitantes anteriores. Além desse aspecto lúdico, este trabalho oferece ao visitante uma criação visual do espaço: o seu corpo se torna o pincel da tela animada. Yacine é artista programador premiado e realiza vídeos instalações interativos desde 2003. Também participa de projetos de dança, teatro e música com suas obras.


Instalações apresentadas simultaneamente em Porto Alegre e no Rio de Janeiro

* Ernesto Klar (EUA / Venezuela) - “Convergenze Parallele” é uma instalação audiovisual em que o visitante pode espalhar partículas de pó num feixe de luz. As partículas são localizadas, visualizadas e sonorizadas em tempo real por um sistema de software customizado. Essa instalação de Klar reage a movimentos no ar no espaço expositivo, permitindo ao espectador ver e “ouvir o movimento” ampliado das partículas de pó. A sonorização varia de acordo com a trajetória das partículas no feixe de luz. Ernesto Klar é um artista de mídia e som baseado em Nova York e leciona na Parsons The New School For Design. Seus trabalhos foram apresentados em Eyebeam, Chelsea Art Museum, BAP Lab Festival em Nova York, ICA em Boston, e CCCB em Barcelona, entre outros locais.

* Leonardo Solaas (Argentina) - “Dreamlines” é uma experiência visual não-linear e interativa. Num terminal de computador, o usuário digita uma ou mais palavras que definem um sonho que ele gostaria de sonhar. O sistema procura na Internet imagens relacionadas e gera uma pintura onírica, que muda constantemente. Os elementos se fundem na tela num processo análogo à memória e à livre associação. Leonardo Solaas estudou filosofia, foi artesão e é autodidata em tudo relacionado à programação, mídia arte e tecnologia. Vive em Buenos Aires e já foi agraciado com o prêmio mais significante em artes de novas mídias da Argentina, o Premio do Museo de Arte Moderno - Fundación Telefónica.

* Márcio Ambrósio (Brasil) - O projeto “OUPS” nasceu da vontade do artista de misturar novas tecnologias e a animação clássica em uma forma lúdica e artística. Cada seqüência animada tem um roteiro, mas o visitante pode interagir e transformar-se em um ator da história. Basta ele entrar num local definido da instalação, para se ver integrado num cenário de animações que seguem seus movimentos. Ele se encontra imerso em um universo criativo de imagens e sons. Além das obras comuns, cada cidade receberá trabalhos exclusivos de Ambrosio, que é formado em Design Industrial, grafista e animador. O artista trabalhou em diferentes áreas: animação, publicidade e pós-produção. Em 2004, formou o coletivo zzzmutations, onde produz curtas-metragens de animação e desenvolve projetos experimentais.

Os destaques do FILE POA

No Santander Cultural, em Porto Alegre, o público poderá apreciar 220 obras produzidas por 56 artistas de 21 países. Os destaques são:

* Andrew Hieronymi (EUA) – “MOVE” é uma instalação que usa visão computadorizada e interação do corpo. Os participantes experimentam seis tipos diferentes de ações: Pule, Evite, Persiga, Arremesse, Esconda-se e Pegue, numa interação com imagens de formas geométricas como círculos e retângulos. Cada um dos seis módulos oferecem uma interação individual ao visitante, que corresponde às ações comuns feitas por avatares em games. O trabalho recente de Hieronymi se concentra nos limites entre jogos e arte em ambientes físicos. Mestre em Design/Artes de Mídia pela University of Califórnia, Los Angeles – UCLA, sua criação foi exibida em Future Play (Michigan), Microwavefest (Hong Kong), Media_city (Coréia), Chiangmai (Tailândia) e CTheory (Nova York), além de edição anterior do FILE (Brasil).

* Rejane Cantoni e Leonardo Crescenti (Brasil) - “Piso”, também apelidada de “Onda”, é a maior instalação da mostra de Porto Alegre. Com 25 metros de comprimento, é formada por um piso metálico que se desloca quando alguém pisa em uma de suas extremidades. Portanto, a instalação tem também uma interface interativa, desenhada para transferir dados de força e de movimento na relação humano-humano e na relação humano-espaço-tempo. Os visitantes podem sentar, deitar ou surfar na “onda” dos artistas brasileiros. Vale destacar que no FILE POA, a obra ficará exposta até 19 de março. Uma nova instalação, a “File Screening”, com obras audiovisuais produzidas digitalmente, a substituirá na segunda fase.

Rejane Cantoni é artista e pesquisadora de sistemas de informação, mestre e doutora de Comunicação e Semiótica pela Pontifícia Universidade Católica – PUC de São Paulo, mestre em Visualização e Comunicação Infográficas pela Universidade de Genebra e pós-doutora do Departamento de Cinema, Rádio e Televisão pela Universidade de São Paulo - USP. Leonardo Crescenti é artista e arquiteto pela USP. Investiga e desenvolve projetos em várias mídias e suportes, além de atuar como fotógrafo e diretor de fotografia, com prêmios importantes nesta área, incluindo do Festival de Cannes.

* Tim Coe (Reino Unido) - O artista inglês participa do FILE POA com duas instalações: “Metaforms” e “A Perfect Face”. A primeira busca novos métodos para a percepção de imagens, especificamente quando os níveis micro e macro estão presentes simultaneamente. O trabalho é dividido em três temas: abelhas, peixes e pessoas. As imagens desses elementos são colocadas em loops (seqüências) de 60 segundos. O espectador é forçado a trocar entre perceber os detalhes individuais de uma imagem e a imagem maior que surge em outro nível. Já em “A Perfect Face”, o espectador é confrontado com um rosto na tela que está constantemente mudando, de modo quase imperceptível. O cabelo e a maquiagem perfeitos provocam a expectativa de uma linda modelo, mas isso nem sempre acontece. O ponto de partida é a "top model" Claudia Schiffer, porém as feições estão em fluxo, mudando em segundos para uma nova configuração. Coe estudou Filosofia, audiovisual e animação. Foi um dos fundadores da produtora Chromatose Films, onde fez videoclipes para a cena de música independente de Londres e criou para eventos e exposições. Hoje, mora em Berlim, onde continuou a produzir curta-metragens, vídeos e vídeo-instalações.

SERVIÇO
FILE POA - Festival Internacional de Linguagem Eletrônica
Local: Santander Cultural, Rua Sete de Setembro, 1028
Data: de 20 de fevereiro a 20 de abril de 2008
Horário: Segunda à sexta-feira das 10h00 às 19h00
Sábados, domingos e feriados das 11h00 às 19h00
Entrada franca